Capes diz que não conseguirá pagar mais de 200 mil bolsas

Entidade, que é vinculada ao Ministério da Educação, também sofreu com congelamento de recursos financeiros

           

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É vedado ao estudante de Mestrado a participação no mercado de trabalho caso receba bolsa. Além disso, essa bolsa não é reajustada há mais de 10 anos... É bem provável que fique abaixo do salário mínimo em dois anos, pra uma pessoa que passa quase 10 anos dedicado a estudos e desenvolvendo o país (graduação + mestrado e talvez o pós para liberar o mestrado).

Pior ainda: se um bolsista abandona o mestrado, é obrigado a devolver integralmente todo o valor de bolsa que recebeu até a data.

Esse corte no último mês do ano vai fazer com que muitos não consigam pagar o aluguel ou até comer e não podem abandonar a bolsa se não entram numa dívida. Qual é a ideia desse corte? É completamente absurdo e sem sentido. Só se estamos sem dinheiro nos cofres públicos, sem possibilidade de redirecionamento de verba ou a ideia é terminar de afundar o Brasil na posição de sombra de terceiro mundo que só consome produtos, tecnologia e inovação dos outros países e não desenvolve e nem exporta nada feito aqui querem nos marretar em posição de colônia mesmo.

Lembrando que acadêmicos não são gastos: são investimentos. Em análise do MEC e FABC, o investimento em um acadêmico tende a retornar financeiramente em mais de 1200% de forma indireta pra sociedade num período de 5-8 anos pós-formação. É um dos ROIs mais altos que um país pode ter.


Erzulie Medusa Byron Fui bolsista de mestrado com maior orgulho! Era obrigatório não ter outro emprego, além de ter que ficar 40 horas por semana onde exercia a função? Se eu ficava 40? Passava de 60! Eram muitos os dias que ficava das 7 até as 23h na faculdade. Precisava a cada 2 meses fazer relatórios para mostrar para o governo que aquela miséria que pagavam de bolsa estava sido bem empregada. Tinha que completar o orçamento por fora, pois, na maioria dos casos as universidades que possuem esses programas estão localizadas em grandes centros e é praticamente impossível sobreviver com a bolsa ofertada. Enquanto isso, o fundão eleitoral foi aumentado.


Erzulie Medusa Byron Não sei se não leu, mas um bolsista é PROIBIDO de trabalhar em outro emprego caso receba bolsa (que já é bem difícil já que cientistas tendem a ficar +8h dedicados a pesquisa no dia). E o bolsista está trazendo retorno pra sociedade, não é uma "bolsa de auxílio" pra quem não está fazendo nada: ciência é o que evolui um país, cria empregos, inovação, empresas, atrai investimentos, etc. Por exemplo, uma pequena empresa que trabalhei no setor de tecnologia surgiu de um projeto da universidade, ela contratou +150 pessoas em um ano e movimentou mais de 20 milhões de dólares, exportando essa tecnologia brasileira e gerando impostos que viram investimentos do Governo também.

E pelo contrário, durante a pandemia os bolsistas foram impactados também e tiveram cortes, até ficaram impossibilitados de continuar as pesquisas. Todos no mesmo barco.

Sugeriria mudar o pensamento de que "me ferrei, quero que os outros se ferrem também", isso é horrível.


Val Soares eu vivo também esse ambiente de universidade de perto e a diferença é que no governo Lula teve mais investimentos graças ao cenário econômico da época e mesmo assim teve cortes tanto no governo Lula quanto no governo Dilma e realmente se comparar só com o governo Dilma o governo Bolsonaro foi pior, isso é fato mas a universidades há mais de 20 anos, ainda no governo Collor, FHC sempre passaram perrengues, e como são autarquias federais tem sua independência administrativa também apesar de precisar bastante do governo e quem banca tudo isso são os pagadores de impostos e é um dos órgãos públicos que ainda vale a pena gastar dinheiro do contribuinte, a educação e ciência é pouco valorizada e temos excelentes profissionais formados em universidades públicas que precisam sair do país para serem valorizados lá fora porque no Brasil apesar do investimento alto na educação superior não consegue segurar esses talentos formados nas universidades e isso é um problema antigo.




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