1ºSirius Chizofrenitcheski Discordo. Não vejo como atrativo. Considerando-se apenas o turismo, um país pode ter como "atrativo" condições de receber turistas, ou seja, estrutura hoteleira, transporte de primeiro mundo, segurança. Um país como o Brasil precisa urgentemente deixar de ser esse fazendão agroexportador e concentrador de renda se quiser se tornar uma economia pujante. Hoje temos um país altamente desindustrializado, que não cresce nada há uma década. E tudo isso pelas mazelas de sempre: concentração de renda, manutenção de privilégios por uma "elite" em detrimento da maioria da população. É um país rico em recursos naturais, porém a riqueza gerada é exportada na forma de commodities para enriquecer um grupo muito pequeno de empresários. A riqueza gerada é muito mal distribuída, o que faz com que o país se mantenha no subdesenvolvimento. Só os juros de dívida pública consomem 50% do orçamento federal, não sobrando nada para investimento. Quando você fala sobre "pobreza e desigualdade existe em todos os países", nada se compara ao Brasil. Em um país de primeiro mundo europeu ou nos EUA, um médico, um engenheiro (um profissional qualquer da classe média) não recebe mais do que 5 vezes o salário de qualquer outro profissional, como um jardineiro, um pedreiro. No Brasil, uma empregada do lar recebe um salário pífio de 1300 reais enquanto um advogado, um médico têm vencimentos que podem atingir 100 vezes isso. Isso, claro, sem contar alguns setores privilegiados do mercado financeiro, que só no Brasil, o reino do capital improdutivo, nunca são propriamente tributados. Felizmente agora temos uma reforma que visa mudar isso, mesmo que minimamente.
2ºSirius Chizofrenitcheski Qual mentalidade? A de querer investir em educação de qualidade para todos? A de se investir em ciência e tecnologia para industrializar o país para gerar valor agregado, pleno emprego e desta forma elevar o salário do trabalhador, aumentando seu poder de compra e movimentando a economia? A mentalidade de se fazer uma auditoria da dívida pública para cortar os juros abusivos cobrados por instituições bancárias que roubam descaradamente os recursos do orçamento público? A mentalidade de se fazer uma reforma tributária justa, que tribute proporcionalmente lucros e dividendos (que o mundo inteiro cobra, exceto Brasil, Letônia e Estônia), em detrimento da bi-tributação de pequenas empresas e da taxação absurda dos produtos que o pobre paga sem saber quanto no consumo?
3ºSirius Chizofrenitcheski Mas eu não mencionei em momento algum que se deve "paralisar o país todo". A crítica se refere às frequentes abordagens com destaque na imprensa a respeito de "arranha céus de Balneário Camboriú" pois para mim tais empreendimentos privados são extremamente irrelevantes perante problemas que o país tem hoje, e que abordei em comentários anteriores. Aliás, não foi uma coisa só, foram vários temas abordados e que afetam não só a vida cotidiana dos brasileiros como o futuro também. Uma reforma urbanística no país, apesar de ser pontual dentro de um universo de ações políticas essenciais, não é o mesmo que focar interesse do leitor em arranha-céus de Balneário Camboriú. Aliás, tal tipo de construção não cabe em várias outros centros urbanos brasileiros.