1ºEsta ocorrência me lembrou uma outra, ainda mais trágica, que ocorreu com outro ator, lá nos idos de 1990. O dependente de cocaína entrou num poste na Lagoa, de madrugada. Morreu na hora. Não houve outros carros envolvidos, a causa foi o estado de intoxicação do ator.
Estes são casos extremos, ocorridos com pessoas relativamente famosas, e por isso ganham repercussão na mídia. Mas quem trabalha com dependentes químicos sabe que as mortes por overdoses são muito mais comuns do que é publicado. As famílias escondem, para preservar suas imagens.
E aí a suprema corte se mete a legislar sobre drogas e a liberar que as pessoas circulem por aí com doses individuais (vai saber o que será considerado dose para uso pessoal, né?). Em se tratando de drogas, a única política responsável e efetiva é uma campanha ampla e permanente de conscientização sobre os perigos de buscar o bem-estar nas drogas. A única forma de evitar a drogadição é a prevenção. Porque depois que a doença se instala, a pessoa vira uma drogadita. E aí, manter-se longe da sua droga adorada torna-se uma luta geralmente perdida. Para legislar sobre drogas, é necessário: 1º- ser um legislador eleito pelo povo; 2º- informar-se profundamente sobre o assunto; 3º- não ter interesse em produzir dependentes químicos; 4º- não ser um dependente químico ou ser um dependente químico em abstinência há muito tempo. E é bom lembrar que álcool é droga; medicamentos tranquilizantes e estimulantes são drogas; fumos em geral são drogas. Até o comer para se acalmar é uma forma de compulsão.
Então, antes de se meter a criar leis sobre as drogas, convém se perguntar qual a sua motivação para fazer isso. E se você tem poder para fazer isso. E se você tem conhecimento suficiente para fazer isso.